Como ajudar seu familiar a se adaptar melhor aos aparelhos auditivos:

Como ajudar seu familiar a se adaptar melhor aos aparelhos auditivos:

Muitas pessoas com perda auditiva que iniciam o uso dos aparelhos auditivos desistem do tratamento devido a problemas relativamente simples de resolver como dificuldades no manuseio dos aparelhos e falta de suporte da família e dos profissionais envolvidos. Grande parte das pessoas que abandonam o tratamento são idosas, justamente aqueles que precisam muito da reabilitação auditiva. Separei algumas dicas abaixo e peço que você leia com atenção. Saiba que você pode ajudar muito seu familiar nesse processo!

Ouvir bem é essencial para vivermos normalmente e desempenharmos bem nosso trabalho, nossas atividades de vida diária e socializar com os outros. Grande parte das informações e conhecimentos importantes chegam até nós por meio da audição. Você já se deu conta de quantas coisas já aprendeu porque o conhecimento chegou por seus ouvidos? A perda auditiva não tratada traz muitos impactos negativos para os seres humanos. Ela aumenta o isolamento social, acelera o envelhecimento, acelera a perda das capacidades cognitivas (que é “o quão bem nós pensamos e raciocinamos”), aumenta os riscos de quedas, aumenta os riscos de sofrer acidentes no trânsito e domésticos, aumenta as chances de desenvolver demências, depressão e ansiedade na velhice.

1. Tenha paciência e ofereça apoio. Os primeiros dias usando aparelhos auditivos pela primeira vez podem ser difíceis para algumas pessoas. Aja normalmente e não fique questionando o tempo todo quanto aos aparelhos auditivos. Lembre-se de que ele provavelmente está há anos sem ouvir muitos sons e que o cérebro precisa de dias, semanas e até meses para se reacostumar com eles novamente. Nos primeiros dias é normal que ele ainda tenha dificuldade para entender algumas palavras.

2. Fale devagar, de frente e numa intensidade adequada para seu familiar. Não há mais necessidade de gritar para que possa te ouvir.

3. Não fique sussurrandoe nada de “testá-lo”! Fazer brincadeiras e falar baixinho pelas costas dele pode constrangê-lo e deixá-lo confuso. Aparelhos digitais possuem redutor de ruído, recurso importante para facilitar a compreensão de fala em ambientes ruidosos e trazer maior conforto aos usuários, priorizando a fala das pessoas. O sussurro pode ser entendido como ruído e, então, será reduzido pelos aparelhos auditivos. Se precisar contar algo em segredo, fale baixinho, próximo ao aparelho. Oriente sua família a não cochilar para o familiar protetizado. A melhor forma de se comunicar será falar em intensidade normal, devagar e de frente para ele.

4. Ofereça ajuda para trocar as baterias (se o modelo de aparelhos incluir pilhas comuns) e para fazer a limpeza nos primeiros dias, enquanto ele ainda não domina totalmente a tecnologia.

5. Esteja presente nas consultas de revisão ou acompanhamento fonoaudiológico dele. Sua presença poderá ser útil para esclarecer as principais dúvidas.

6. Lembre seu familiar de alguns aspectos importantes como: tirar os aparelhos para dormir e tomar banho, não molhar os aparelhos, desligá-los e guardá-los no desumidificador, estojo ou carregador quando não estiver usando.

7. Leia o manual dos aparelhos auditivos e conheça as características do modelo que ele está usando.

8. Auxilie na colocação e retirada dos aparelhos. Nos primeiros dias isso poderá parecer complexo até que se tenha prática.

9. Não o exponha na frente de outros familiares. Peça que o restante da família seja discreto quanto a esse assunto.

10. Ajude a manter o otimismo e o bom humor! Isso é muito importante em momentos de estresse e de grandes mudanças na rotina de um familiar mais velho. Explique que você está ali para ajudá-lo e com o passar do tempo vocês dois irão dominar melhor os dispositivos. Reforce que você não tem pressa e que ele poderá se adaptar com calma a essa grande mudança.

11. Se o seu familiar segue com dificuldade para entender o que você está dizendo, reformule a frase ao invés de repetir as mesmas palavras; palavras diferentes podem ser compreendidas com mais facilidade.

12.  Minimizem as distrações enquanto conversam. Desligue a TV e peça para que os familiares falem um de cada vez.

13. Não inicie conversas com ele se você estiver muito distante fisicamente ou em outro cômodo da casa. Mesmo que ele esteja usando aparelhos, esse tipo de conversa é difícil para qualquer pessoa.

14. Se você perceber que ele está apresentando dificuldades no processo, entre em contato com o fonoaudiólogo responsável.

15. Se você precisar iniciar uma conversa com ele, acene ou toque seu ombro.

16. Elogie-o por ter iniciado o tratamento e estar sendo corajoso e persistente ao enfrentar esse processo.

17. Nos primeiros dias não insista para que ele use os aparelhos por muitas horas no dia. A adaptação ocorrerá aos poucos. Se ele usar durante o dia todo poderá se sentir cansado, com dor de cabeça e desconfortável com tanta exposição sonora.

18. Nos primeiros dias tente manter a casa mais silenciosa para que ele não se sinta incomodado com tantos ruídos novos.

19. Tenha expectativas realistas. Os aparelhos auditivos irão auxiliar muito seu familiar a viver melhor, entendendo o que as pessoas estão falando e ouvindo sons importantes para o seu dia a dia. No entanto, o grau da perda auditiva irá influenciar muito no desempenho que ele terá com os aparelhos auditivos. Um paciente com perda auditiva leve ou moderada se beneficiará muito mais com os aparelhos do que aquele paciente com perda auditiva severa e grande dificuldade de entendimento da fala.  O tempo de privação auditiva (os anos que ele passou sem ouvir e seu cérebro não recebeu a estimulação adequada) também vai influenciar no desempenho dele com os aparelhos. Além disso, fatores como idade avançada e declínio cognitivo irão influenciar nos benefícios com os aparelhos auditivos.

20. Aconselhe seu familiar a realizar a limpeza diária dos aparelhos evitando assim o acúmulo de cera.

21. Lembre seu familiar de comparecer as consultas e as manutenções sugeridas pelo fonoaudiólogo.

Conte comigo para auxiliá-los nesse processo! Não fique com dúvidas, consulte o meu whatsapp (51) 986061991 e se necessário agende uma consulta.

Bárbara Bento Girardi

Fonoaudióloga e Mestra em Ciências da Reabilitação pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA).

Acesse meu Instagram para mais dicas: @fonobarbara

Clínica Bárbara Girardi. Endereço: Av. Castro Alves, 291, Sapucaia do Sul – RS


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